A fortaleza conhecida como Bastille está no imaginário de todos e não são poucos os visitantes que ao chegar à Place de la Bastille ficam frustrados por não encontrar vestígios da célebre prisão, símbolo maior do Ancien Régime e de todos os privilégios feudais e injustiças cujo reinado se encerrou com a Revolução Francesa. Como consolo, aqueles que ousarem aventurar-se entre a maré de automóveis, poderão ver inscr. ito no solo o perímetro que era ocupado pelo temível edifício construído no século XIV.

Chamar esta área de praça não é condizente com a beleza e o charme das praças de Paris. Trata-se na verdade de uma imensa rotatória que, à semelhança do Rond Point de l’Étoile, é um carrossel ininterrupto de veículos apressados. A seu favor tem a presença da nova Opera Bastille, assim como os tradicionais cafés, bares e restaurantes sempre animados, entre os quais merece destaque a Brasserie Bofinger, cujas origens remontam a 1864.

No centro da “praça” temos a Colonne de Juillet, monumento em homenagem às vítimas das Trois Glorieuses , as três jornadas gloriosas da Revolução de 1830 , quando o povo de Paris se revoltou mais uma vez contra a monarquia que havia sido restaurada e derrubou o rei absolutista Charles X. A obra do monumento, inspirado na histórica Coluna Trajana de Roma, foi iniciada em 1835 e a inauguração se deu em 1840 para celebrar os dez anos da revolta popular.

O governo organizou festejos espetaculares. Um grande cortejo acompanhou a transferência de corpos dos revolucionários de 1830 para o local, animado por uma enorme banda militar com 200 músicos que executavam a Grande symphonie funèbre et triomphale, encomendada para a ocasião e regida pelo próprio autor, ninguém menos que Hector Berlioz.